๑۩۞۩๑ Bem vindos a minha doce voz de vento ๑۩۞۩๑


30/07/2009

Uma professora muito maluquinha

"Tinha voz e jeito de sereia
e vento o tempo todo nos cabelos (na nossa imaginação)"

Era uma vez uma professora que tinha um jeito todo seu de entender o mundo e um modo que todos achavam muito maluquinho de mostrá-lo aos seus meninos. Uma Professora que todos nós já tivemos ou deveríamos ter tido, que parecia uma artista de cinema e que acrescentou aos nossos sentidos um novo sentido: a capacidade de ler e escrever.

Na nossa imaginação ela entrava voando pela sala (como um anjo) e tinha estrelas no lugar do olhar.
Tinha voz e gesto de sereia e vento o tempo todo nos cabelos (na nossa imaginação).
Seu rosto era solto como um passarinho.
Ela era uma professora inimaginável.


Anjo, estrela, sereia, passarinho, essa professora é também diabólica, pois ousa infringir as normas da escola e situar-se ao lado dos deuses. Afinal, em sua opinião, é o professor quem termina por acrescentar ao homem o “sentido que o completa”, ao proporcionar-lhe o desenvolvimento da capacidade de ler e de escrever.

O homem nasce com visão, audição, olfato, tato e gustação. Mas não nasce completo. Falta a ele capacidade de ler e escrever como quem fala e escuta. É a professora que — como um deus — acrescenta ao homem esse sentido que o completa!

Mas não nos apressemos em julgá-la rápido demais. Anjo, demônio, fada ou deusa, essa professora permanece imperfeita, mesmo aos olhos daqueles que a veneram: Não sabe tudo, como querem os mestres em seu lugar de mestres, mas apenas o que lhe for suficiente para seguir seu desejo (a História e a Geografia para viajar pelo mundo); não está sempre atenta e responsiva, mas, às vezes, chega “na sala com um bico maior que o de um tucano”; não acerta sempre, mas possui a sabedoria daqueles que conseguem fazer do erro um outro caminho, um caminho possível.

Quem será capaz de trilhar, com essa professora inesquecível, esses caminhos do erro e da errância de uma aprendizagem?
  • Meu desejo é fazer da sala de aula uma ciranda de roda. Sondar a imaginação de cada criança que me foi dada a oportunidade e o previlegio de ensinar a ler, a escrever e a viver.
  • Meu desejo é fazer de um ano escolar o melhor e o mais significativo para que quando forem adultos se lembrem das tantas risadas e brincadeiras que tivemos juntos.
  • Meu desejo é poder olhar lá na frente e saber que cada um levou consigo um pouco de mim, sendo ou não a sua fada azul, sua fonte de inspiração para criar e imaginar histórias que não são permitidas realmente.
  • Meu desejo é olhar para cada um e dizer: vale a pena sonhar e imaginar, vale a pena brincar de aprender e aprender a brincar, sempre.
As minhas queridas (e melhores) professoras: Dinda Rosa Malena, Estela Mari e Flávia Cristina e aos meus pequenos, em especial ao: Meu Gui, da sua sempre fadazul.

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= Sobra tanta falta =

TeatrO.

TeatrO.
Cada palavra dita, cada expressão retorcida, cada gesto, o menor deles, feitos em um palco, não são apenas gestos, palavras e expressões, pois cada um deles é feito por nossas vozes interiores, vozes da alma, que gritam desesperadamente para ganharem vida.Vozes que afagam e que elevam nossas mentes, levando-as para uma transição entre o real e o imaginário. Cada personagem é uma vida e uma renovação no nosso modo de pensar e agir. Essas personagens jamais serão esquecidas, sempre viverão em nossas mentes, estão em movimento contínuo, misturam-se e criam sempre mais, com um pouco de uma e um pouco de outra, novas, novas e mais novas personagens são criadas e apreciadas por aqueles que tem o prazer e o dom de entendê-las. "O público vai ao teatro por causa dos atores. O autor de teatro é bom na medida em que escreve peças que dão margem a grandes interpretações dos atores. Mas, o ator tem que se conscientizar de que é um 'cristo' da humanidade e que seu talento é muito mais uma condenação do que uma dádiva. O ator tem que saber que, para ser um ator de verdade, vai ter que fazer mil e uma renúncias, mil e um sacrifícios. É preciso que o ator tenha muita coragem, muita humildade, e sobretudo um transbordamento de amor fraterno para abdicar da própria personalidade em favor da personalidade de seus personagens, com a única finalidade de fazer a sociedade entender que o ser humano não tem instintos e sensibilidade padronizados, como os hipócritas com seus códigos de ética pretendem." Plínio Marcos"

Meu bem querer.

Meu bem querer.
Nada é melhor do que minha palheta preta no meu violão velho de cordas descoordenadas, tocando melodias sem tom, letras sem nexo e gritos de solidão. Inicio de coisa boa, misturado com um som sem igual, desafinado, mas ainda assim perfeito, lindo, uma arte abstrata, subjetiva e cheia de dúvidas. Minha linda palheta preta toca com precisão nas velhas cordas cheias de nós do meu velho violão. (Day Guedes)

"E metade de mim é platéia e a outra metade canção... por inteira sou arte"

"E metade de mim é platéia e a outra metade canção... por inteira sou arte"
Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio, que a morte de tudo em que acredito não me tape os ouvidos e a boca, pois metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio. Que a música que ouço ao longe seja linda, ainda que tristeza que a mulher que eu amo seja pra sempre amada mesmo que distante, porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade. Que as palavras que falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento, porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo. Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço, que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada, porque metade de mim é o que penso e a outra metade um vulcão. Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável, que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que me lembro ter dado na infância, porque metade de mim é a lembrança do que fui e a outra metade não sei. Que não seja preciso mais que uma simples alegria pra me fazer aquietar o espírito, e que o teu silêncio me fale cada vez mais, porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço. Que a arte nos aponte uma resposta mesmo que ela não saiba, e que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer, porque metade de mim é platéia e a outra metade é a canção. E que a minha loucura seja perdoada, porque metade de mim é amor e a outra metade também.